Peça de roupa tem ajudado os atletas a obterem resultados melhores dentro de campo.

Nos últimos anos, eles se tornaram muito mais comuns em partidas de futebol do mundo todo. Ao comemorar um gol e tirar a camisa, ou ao fim do jogo na hora de trocar o uniforme com o adversário, o público pode perceber que vários jogadores usam uma espécie de top masculino no tórax.

Muitas piadas na Internet até falam que a vestimenta é um sutiã para homens, mas está longe disso. O top masculino é um dispositivo tecnológico muito útil, que permite coletar dados que a comissão técnica utiliza para avaliar o desempenho dos atletas nas partidas.

Afinal, como ele funciona e para o que serve? Mais do que um item de equipamentos de treino e de partidas, esse top tem ajudado a tornar o jogo ainda melhor, permitindo que os jogadores entendam como podem desempenhar o seu rendimento dentro dos gramados.

O que é e para que serve?

O top masculino também é chamado de “colete de compressão”, “colete de ginecomastia” ou “sutiã de compressão”. De maneira geral, esse top esportivo, que pode ser usado tanto por homens quanto por mulheres, serve para proteger a área do peito de desconfortos ou mesmo lesões durante algum exercício. Eles se destacam por serem respiráveis, ergonômicos e fáceis de lavar, além de não prejudicarem a execução dos movimentos durante uma atividade física.

No caso do top utilizado pelos jogadores, ele vem acompanhado de um GPS, que fica localizado entre os dois ossos das costelas. O modelo ainda conta com outro aparelho que é acoplado, sendo que este é responsável por avaliar a habilidade de arrancada do atleta. Com isso, é possível registrar e avaliar a distância percorrida durante uma partida, assim como a aceleração e a desaceleração e também a quantidade e qual o tipo de impacto eles sofrem.

Dessa forma, a peça oferece dados importantes que possibilitam aprimorar trabalhos técnicos e táticos dentro dos clubes. Essas informações são avaliadas pela equipe técnica, que utiliza os resultados para elaborar uma preparação física específica para cada atleta, podendo reforçar pontos que são fraquezas para ter um desempenho ainda melhor em campo.

Isso sem contar que, por também avaliar os impactos sofridos durante os jogos, o top também serve para reduzir lesões. Ao sofrer quais tipos de impactos determinado jogador tem nas partidas, é possível pensar em estratégias e orientações para que ele evite esse tipo de choque, preservando assim a sua integridade.

Revolução também no top feminino

Antes, o top esportivo era uma peça mais comum de ser vista entre as mulheres. Entretanto, por muitos anos, esse não era um adereço fácil e confortável de usar. Se hoje o top tem mais flexibilidade e se ajusta aos diferentes corpos femininos, o top ficou esquecido por décadas, enquanto as principais marcas de material esportivo mundiais investiam em criar tecidos de roupas mais leves e aperfeiçoar o sistema de amortecimento dos tênis para as atletas.

A mudança começou em 2015, quando a Nike entrevistou centenas de mulheres que participaram da Maratona de Londres. A marca queria saber o que elas relataram sobre os tops esportivos, e o resultado foi chocante: 80% das atletas reclamaram que a peça causava desconforto ou dor no peito na hora de correr, sendo que algumas nem sabiam qual era o tamanho mais apropriado para elas utilizarem.

Usar um top sem a devida sustentação pode ser prejudicial para a saúde das mulheres, já que faz acelerar a queda das mamas. Com o top adequado, além de evitar esse problema, também impede que haja fricção com a pele, evitando a chance de haver assaduras. Com a aprovação das mulheres, os tops femininos, antes feitos de poliéster e spandex, também se tornaram mais tecnológicos. Passaram a ser feitos com tecidos como poliamida, mesh e flyknit, e também ficaram mais firmes, o que ajudou bastante na prática de exercícios de impacto.